CATADORES
Em cima
daquela montanha de lixo existem seres humanos
Garimpando
o seu sustento.
Há uma
força bem mais forte que sua natureza esquálida e queimada pelo sol, uma força
que os mantém vivos uma força os escora de pé,
com aspecto
de quem esta morrendo.
Morrendo
para sobreviver a cada dia na labuta cercados de materiais contaminantes, dividindo
o espaço com bichos e urubus.
Não sei do
que foram criados para suportar tamanho desafio no meio da fedentina,
sobre o sol
escaldante percebe-se que já não acreditam mais em nada,
somente na
força que os move para catar seu próprio sustento e vender a quem possa pagar, preço
injusto a quem passou o dia digladiando-se para classificar o que é possível
negociar .
A força que
os nutrir é somente a necessidade de manterem-se, assim sem atrativos
pachorrentos os seus dias passam no envelhecimento precoce.
Sociedade excludente, e uma massa desempregada
empurrada para as margens da cidade e para viver é preciso mexer nos resíduos
das sobras das mesas, comércios e indústrias, e ter peito para disputar com toda
sorte de animais e aves de rapina o mesmo buraco.
Que dura
realidade.
Conceição Pearce
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