sábado, 29 de agosto de 2009


ENCANTA-ME

Por que coração
Não permanece em paz,
Sem estar amando?
Por que não consegue viver
Sem se exaltar?
O que te leva a se entregar,
Assim, sem prudência?
Tento fugir,
Mas a vida que flui em mim,
Não permite que eu viva
Sem dividir o que latente está.
No bel-prazer de um amor sem fim,
Com emoção, vibra nos acordes
De um simples toque,
Que nem sempre é provado na pele,
Mas na alma, com a finura
De contentamento.
Nada passa despercebido,
Quando as maravilhas da vida,
Vêm revestidas com gestos simples e singelos.
É aí, coração, que te lanças e eu não tenho como
Segurar-te nas rédeas.
Os caminhos do coração não são compreendidos pela mente.

Conceição Pearce

terça-feira, 18 de agosto de 2009


MÁSCARAS
Quanta dissimulação

Quantos disfarces

Podem estar por detrás de uma personalidade

Quantos personagens entram em cena

Aventurando-se para encantar Enganar, conquistar

Ocultando-se por detrás de tudo

O ser fraco combalido
Incapaz de se doar

E de fato amar

Tenta roubar a cena

Usando camuflagem

Imerso numa confusão emocional

E o dia-a-dia registra

A expressão que resulta dessa oscilação

Um coração que vive a se defender

Sem se comprometer

Sem desvendar seu verdadeiro eu

Que perdido flutua

Conceição Pearce

domingo, 2 de agosto de 2009

RESTAURAÇÃO


Quantas decepções marcam a alma
Acabrunhando os sentidos
Paralisando-nos por um tempo
Onde tudo perde o fluxo
É o nosso ser a gemer por dentro
A mente buscando entender
O que acontece no íntimo
Aprisionada pelo mundo das ideias
Não se apercebe que essa dor
Causada por quem muito amou
Vai perdendo a acuidade no correr dos dias
Já não dói mais
Como doía há tempos atrás
É o coração que se restaura
De forma suntuosa
Num novo recomeço
Do frio inverno à primavera
Apregoando que esse coração mesmo que um dia ferido
Na sua cicatriz pode gerar um grande amor
E amar muito mais
Que a capacidade espiritual de amar está no coração
E não no intelecto

Conceição Pearce

AMOR PRÓPRIO Cobria-te de carinho, acolhia no que precisava, Mas longe do meu coração você se achava, desvinculado de uma presença compar...